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Perda de confiança fez do bitcoin o pior investimento de 2022

Que 2022 não foi bom para o mercado cripto todo mundo já sabe, mas uma pesquisa da TradeMap revelou que o bitcoin foi o pior investimento deste ano. Considerada uma das únicas a ter sua rentabilidade superior à inflação em 2021, os ventos mudaram e a criptomoeda acumula desvalorização de 66,61% (até a última quarta-feira, 21) – chegando a valer R$ 86 mil.

  • 8 empresas que entraram em falência ou recuperação judicial em 2022
  • Influenciadores são multados em R$ 532,6 milhões por manipulação da bolsa

Além do bitcoin, também estão presentes no campo negativo: BDRs (títulos lastreados em ações estrangeiras); Small Caps (empresas de pequena capitalização); ativos de “proteção”, como euro, ouro e dólar; e fundos imobiliários, representados pelo Índice de Fundos Imobiliários (IFIX).

Segundo estudo de Einar Rivero, diretor comercial da TradeMap, os melhores investimentos do ano foram os fundos multimercados de gestão ativa, representados pelo Índice Anbima Hedge Funds (IHFA), e os ativos de renda fixa atrelados ao CDI — devido à alta de inflação.

Confira abaixo a lista completa dos tipos de investimento e sua rentabilidade em 2022;

InvestimentoLucratividade
Bitcoin – mercado de bitcoins-66,61%
BDRX (Índice BDR)-28,36%
Small Cap (empresas de pequena capitalização)-16,94%
Euro Ptax-12,62%
Ouro-10,3%
Dólar Ptax-6,76%
IFIX (Índice de Fundos Imobiliários)-0,18%
Ibovespa2,49%
Poupança7,9%
IMA Geral (Títulos do Governo)8,65%
IDIV (Índice de Dividendos10,9%
CDI11,99%
IHFA (Índice de Fundos Multimercados)12,67%

*Retorno do IHFA até 19 de dezembro, última atualização disponível / Retorno dos demais até 21 de dezembro / Fonte: TradeMap

Perda de confiança no mercado de criptomoedas

A alta dos juros, em geral, afastou os investidores de ativos de alto risco, redirecionando seus recursos para renda fixa — que atingiu principalmente startups e o mercado cripto. Com a perda de liquidez das criptomoedas, os investidores retiraram suas posições em ativos digitais, contribuindo para sua desvalorização.

O “inverno cripto” já era esperado para este ano, porém, o que agravou a crise das criptomoedas foram os diversos escândalos envolvendo empresas do setor. O episódio mais grave foi o colapso da FTX, considerada uma das maiores exchanges de criptomoedas.

Documentos internos vazados revelaram sérios problemas na saúde financeira da FTX e de seu braço de investimentos, a Alameda Research. A insegurança se instalou entre os investidores e clientes da corretora, que correram para retirar seus investimentos, resultando na falência da empresa de Sam Bankman-Fried.

O colapso da FTX foi responsável por um efeito cascata no mercado, já que muitas empresas do setor mantiveram investimentos na corretora falida e agora bloquearam recursos ou dívidas.

Um exemplo é a BlockFi, empresa de cripto-empréstimo, que afirmou ter uma linha de crédito de US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões) com a FTX para se manter no mercado – após concorrentes, Voyager Digital e Celsius Network, terem declarado falência no início do ano como resultado do colapso do ecossistema terrestre (LUNA).

Previsões para 2023

Todo o mercado de tecnologia sofreu perdas no ano passado. A explosão de crescimento em 2020 e 2021 não foi suficiente para conter a crise deste ano, de modo que grandes corporações levaram a demissões em massa, cortes em projetos e até pedidos de recuperação judicial – como já mencionado.

Segundo Paul Krugman, economista ganhador do Prêmio Nobel em 2008, o Bitcoin chegou ao fim. Ele acredita que o “inverno criptográfico” é na verdade o fim de “todo o mundo criptográfico, não apenas das criptomoedas, mas de toda a ideia de organizar a economia em torno da famosa ‘blockchain’”.

Para o Estadão, o economista Fabio Louzada confirma a previsão negativa sobre o mercado cripto: “Com a crise de confiança, muitos se afastaram das criptos, gerando um pânico maior. Na última quarta-feira (22), o Banco Central da Índia disse que a próxima crise financeira virá das criptomoedas, se elas não forem banidas”.

Ao contrário de Paulo Bughosian, co-chefe de cripto da TC, que acredita que o pior já passou. “O mercado cripto, em 2022, passou possivelmente pelo pior ano de toda a sua história. Foi um ano com uma série de eventos de cauda e cisnes negros”.

Ele afirma que o ciclo de juros altos nos EUA já está precificado pelo mercado. “Dificilmente teremos surpresas negativas no curto prazo. Portanto, nossa visão é que estamos perto do fundo do mercado de criptomoedas.”

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