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Por que Marte tem dunas “diferentes”? Esta pode ser a explicação!

Certas dunas estranhas que vemos em Marte podem ser o resultado da ação do vento combinada com a baixa pressão atmosférica do planeta. Pelo menos é o que um grupo de cientistas da Universidade de Stanford concluiu em um estudo publicado na Nature Communications.

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Dunas brilhantes, dunas azuis, megadunas e até mesmo dunas que lembram o logotipo da Frota Estelar de Star Trek são apenas alguns exemplos de formações curiosas recentemente vistas nas areias marcianas. Os cientistas então usaram inteligência artificial para examinar esses padrões naturais em duas regiões de Marte.

Estudando as dunas de Marte

Na Terra, as dunas também são formadas pela ação dos ventos, com a diferença de que, em Marte, a pressão atmosférica é apenas 0,6% da do nosso planeta. Isso foi considerado pelos cientistas do estudo em questão, que atribuíram a esse fator a explicação para o Planeta Vermelho apresentar formações arenosas não só muito diferentes das daqui, mas também de tamanhos variados – de médios a bem maiores.

Além das dunas de areia, que podem se estender por vários quilômetros, outra formação causada pela ação do vento com a areia são pequenas cristas com ondulações causadas pelo impacto dos grãos de areia, formando montes. E o tamanho dessas formações pode ser matematicamente relacionado à baixa pressão atmosférica marciana. Tal relação foi observada em dunas médias e grandes do Planeta Vermelho.

Os cientistas começaram este estudo quando ficaram intrigados com uma imagem enviada pelo rover Curiosity em 2015, mostrando padrões de vento semelhantes na superfície de Marte e dunas de areia gigantes ao lado de formações arenosas e onduladas que são cerca de dez vezes maiores do que outras semelhantes. observadas em nosso planeta, embora menores que as próprias dunas.

Essas formações de tamanho médio, então, chamaram a atenção do Dr. Mathieu Lapôtre, professor assistente de ciências geológicas em Stanford e coautor do estudo, que se juntou a uma equipe para, com inteligência artificial, estudar mais de 130.000 imagens de Marte, analisando um milhão de dunas.

Eles então descobriram que as ondulações médias em Marte não eram as mesmas das cristas ondulantes geradas pelo simples impacto de grãos de areia movidos pelo vento. Tudo indica que tais formações medianas são como dunas em “miniatura”, que param de “crescer” antes das dunas maiores devido a uma mudança no fluxo de ar na baixa pressão atmosférica mais perto da superfície de Marte.

“As ondulações de impacto se formam em Marte exatamente como na Terra e são aproximadamente do mesmo tamanho. Isso faz sentido, pois o mecanismo que forma essas ondulações tem menos a ver com a atmosfera e mais a ver com a mecânica do transporte de areia”. , explicou o Dr. Lior Rubanenko, principal autor do estudo. “Mas agora que sabemos como o tamanho das formações de areia em Marte varia com a densidade atmosférica e por quê, podemos usar o tamanho das ondulações fossilizadas em rochas antigas para reconstruir a história da atmosfera de Marte.”

Buscar pistas de como era a atmosfera marciana no passado distante é importante para juntar mais peças do quebra-cabeça que é: por que Marte “perdeu” sua atmosfera? O Planeta Vermelho parece ter tido uma atmosfera mais espessa há muito tempo, com condições que podem ter sido semelhantes às da Terra. Mas, por um motivo ainda a ser confirmado, o planeta vem perdendo a maior parte dessa atmosfera e, hoje, é um mundo inóspito para a vida como a conhecemos.

Em outras palavras: entender as dunas e outras formações arenosas marcianas, relacionando-as com a ação da atmosfera, é uma forma válida de entender melhor a história de Marte — algo que ainda intriga a comunidade científica.

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