O potencial da inteligência artificial (IA) para analisar grandes volumes de dados tem sido explorado nas mais diversas áreas — e nas ciências ambientais não é diferente. Um novo relatório dos departamentos de pesquisa do governo dos EUA detalha os avanços e possibilidades nessa área após um workshop com centenas de especialistas.
- 10 colaborações de inteligência artificial com exploração espacial
- Cientistas usam IA para criar concreto ecológico
O Artificial Intelligence for Earth System Predictability (AI4ESP) foi realizado no final de 2021, com 700 participantes de 112 instituições de todo o mundo. Cientistas e pesquisadores discutiram os desafios e o desenvolvimento de uma infraestrutura, computacional e humana, para fornecer dados precisos, rápidos e bem informados sobre o que acontece no planeta.
Quanto aos temas, foram discutidos nove pontos focais relacionados a fenômenos climáticos e ambientes naturais. Foram eles: hidrologia, bacias hidrográficas, dinâmica costeira, solo, oceano, gelo, variações climáticas e eventos extremos. Para cada tópico, os participantes discutiram a aplicação de técnicas como redes neurais, codesign e arquiteturas de IA, que podem auxiliar na tomada de decisões.
“Precisamos de novas metodologias de IA que incorporem a compreensão do processo e respeitem as leis da física para fazer previsões confiáveis e aplicáveis do comportamento dos sistemas da Terra”, diz Charu Varadharajan, pesquisador do Lawrence Berkeley National Laboratory. Ele acrescenta que o trabalho realizado no workshop, e agora publicado no relatório, estabelece metas de desenvolvimento de 2, 5 e 10 anos em cada um dos nove pontos focais.
Além do desenvolvimento de técnicas de IA, os cientistas apontam a necessidade de adaptações em órgãos governamentais e instituições de pesquisa para a implementação dos resultados esperados. Isso inclui, por exemplo, mão de obra qualificada capaz de operar tecnologia avançada.