Os pesquisadores Amir Siraj e Avi Loeb parecem ter identificado um segundo meteorito interestelar. Chamada de “IM2”, a nova rocha candidata foi encontrada em meio a dados do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) do governo dos Estados Unidos e foi identificada na costa de Portugal em 2017.
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Também conhecido como “CNEOS 2014-01-08”, o IM1, o primeiro meteorito interestelar conhecido, media cerca de 0,4 m e pousou na costa de Papua Nova Guiné em 2014, mas foi identificado pela dupla apenas em 2019 nos dados do CNEOS. Como esses dados são usados principalmente para monitoramento de mísseis, eles são mantidos em sigilo pelo governo dos EUA.
IM2 (ou “CNEOS 2017-03-09”), o segundo candidato a meteorito interestelar, foi detectado em março de 2017, a uma altitude de 23 km. Tinha cerca de um metro de tamanho, 10 vezes mais massa que o IM1 e se movia a 40 km/s.
Usando os dados do CNEOS, eles calcularam a resistência do material de mais de 200 meteoritos com base na altitude em que se desintegraram na atmosfera. Os dados mostraram que o IM1 é tão resistente que eles não têm certeza do que é feito e que o IM2 é o terceiro mais forte; o segundo meteorito mais resistente parece ser o ferro.
Existem apenas esses dois meteoritos interestelares conhecidos até agora, então não é possível saber exatamente de onde eles vieram; uma possibilidade é que tenham se formado em supernovas, explosões extremamente energéticas que ocorrem quando estrelas massivas chegam ao fim de suas “vidas”. “Sabemos que as supernovas produzem os chamados ‘projéteis de supernova’, que são basicamente aglomerados de materiais ricos em metais”, explicou Siraj.
Ele acrescenta que esses aglomerados se dividem em pedaços menores – que, talvez, sejam objetos como IM1 e IM2. Além disso, cálculos sugerem que se a população de meteoritos interestelares tiver a mesma distribuição de força que os locais, a chance de encontrar dois deles como resistentes está entre 1 em 10 mil e 1 em 10 milhões, o que abre a possibilidade de que venham de sistemas planetários.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado no The Astrophysical Journal Letters.