Uma equipe de cientistas da Swinburne University of Technology e da University of New South Wales, ambas na Austrália, investigou um antigo mistério relacionado ao eletromagnetismo com a ajuda de diferentes estrelas a até 160 anos-luz de nós, cujas características são semelhantes às de o sol.
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A lei do eletromagnetismo descreve como os átomos e a luz interagem, e sua força é medida por um número “alfa”. O Modelo Padrão da física (aquele que descreve partículas conhecidas e suas interações por meio de forças fundamentais) não traz explicações para o valor de alfa, ou seja, este pode variar de acordo com a localização. Assim, os autores decidiram verificar se o número é constante em diferentes lugares da Via Láctea.
Para isso, eles estudaram estrelas semelhantes ao nosso Sol para ver se elas produziam um espectro semelhante ao formado pela luz de nossa estrela. Esse espectro é o resultado de átomos na atmosfera das estrelas absorvendo comprimentos de onda específicos e produzindo linhas escuras no espectro, determinadas pelo número alfa.
Isso significa que a medição de linhas de absorção permite que os físicos coletem medições alfa. O problema é que as atmosferas das estrelas estão em constante movimento, impedindo-as de comparar as linhas de absorção observadas com as obtidas em laboratório. Portanto, eles escolheram comparar as estrelas “gêmeas” do Sol entre si.
Durante o estudo, a equipe mediu o espaço entre pares de linhas de absorção do Sol e de outras 16 estrelas semelhantes à nossa. Os espectros dessas estrelas foram estudados com o telescópio European Southern Observatory (ESO), que possui um instrumento capaz de separar a luz em suas cores e revelar linhas de absorção.
Com os espectros em mãos, eles descobriram que alfa era constante nas 17 estrelas estudadas com uma precisão de 50 partes por bilhão, a maior já alcançada. Segundo os autores, os resultados permitem descartar grandes mudanças no valor de alfa na região local da Via Láctea, preenchendo uma lacuna entre medições de laboratório e restrições de locais distantes do universo.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Science.