O número de descobertas tecnológicas e científicas caiu ao longo das décadas, segundo um relatório publicado na revista Nature. De acordo com o estudo, hoje patentes e documentos são menos propensos a levar o corpo de conhecimento da humanidade em novas direções, em comparação com décadas atrás.
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De acordo com as Reviews, que incluíram 45 milhões de artigos e 3,9 milhões de patentes distribuídas em 6 décadas, houve uma queda entre 1945 e 2010 variando de 91,9% a 100% para artigos científicos. Para patentes, a queda entre 1980 e 2010 varia de 78,7% a 91,5%.
“Descobrimos que documentos e patentes têm cada vez menos probabilidade de romper com o passado de forma a impulsionar a ciência e a tecnologia em novas direções. Esse padrão se mantém universalmente entre os campos e é robusto em muitas métricas diferentes baseadas em citações e textos”, aponta o estudo.
No entanto, os pesquisadores dizem que é improvável que os declínios sejam causados por mudanças na qualidade da ciência publicada. A teoria é que a desaceleração pode “refletir uma mudança fundamental na natureza da ciência e da tecnologia”.
Com isso, os pesquisadores pedem aos formuladores de políticas que reimaginem como a ciência é conduzida e implementem mudanças de financiamento para melhor apoiar as carreiras de longo prazo dos acadêmicos. Além disso, os autores refletem que muita inovação vem de tentar coisas novas ou pegar ideias de diferentes áreas e ver o que acontece, mas se houver preocupação em publicar artigo após artigo o mais rápido possível, sobra muito menos tempo para aprofundamento leitura.
Segundo os próprios autores, entender o declínio da ciência e tecnologia disruptiva de forma mais completa nos permite repensar as estratégias necessárias para organizar a produção de ciência e tecnologia no futuro.